terça-feira, 3 de abril de 2012

Últimas notícias...


Como passa rápido, parece que foi ontem que entramos pela primeira vez na comunidade para pôr em prática o primeiro diagnóstico participativo já realizado ali com jovens e adolescentes. Hoje já se completam dois anos de intensas “batalhas” em que pudemos presenciar muitas mudanças ocorridas no morro, sobretudo a entrada da 11ª UPP ali instalada desde setembro de 2010. A partir daí, mais radicais foram as transformações e pudemos sentir “na pele” o que é um cidadão tutelado de perto pelas forças pacificadoras do Estado. Mudanças essas que atingiram diretamente o projeto e tivemos de, novamente, trabalhar com dinâmicas participativas para apreender e acompanhar o que se passava na mente e no coração de cada participante do projeto diante de tão intensas transformações.
Em seguida, o Ministério da Cultura em parceria com o Ministério da Justiça lançam o edital Mais Cultura para Territórios de Paz, em que pudemos participar e, assim, sermos contemplados com o prêmio. Com a verba recebida, pudemos dar continuidade às atividades cotidianas e implementar tantas outras; assim, as aulas de tranças-afro, oficinas de hip-hop, oficinas de teatro experimental, os passeios culturais pela cidade e as rodas de samba no cume do morro estavam mantidas. Pudemos ainda realizar uma parceria com o grupo cultural de costureiras e arteiras Mulheres que Acontecem e patrocinar sua primeira coleção que intitulamos: Coisas da África. Assim, em grande festa, no mês de agosto de 2011, elas se apresentaram em grande estilo na quadra do Bloco Raízes da Tijuca, em meio a uma mega feijoada em que se reuniram os bambas do Salgueiro e quem quer que quisesse se chegar! Estimamos que tenham comparecido em torno de 1500 pessoas durante todo aquele domingo ensolarado, regado de desfiles, feijoada, premiações e performances de teatro com a Cia. do Projeto Salgueiro para Hoje e Sempre.
As diversas parcerias com o SESC-Tijuca nos proporcionaram maior visibilidade, frente aos nossos colaboradores e sociedade civil. Assim, as oportunidades que tivemos de estar lá nos apresentando e poder atuar, por diversas vezes como multiplicadores de suas atividades na comunidade, nos fizeram crescer e aparecer!!!
Contudo, o tempo de entregar o edital está acabando e temos de fazê-lo já no próximo mês, prestando contas ao governo de tudo aquilo que fizemos e, diga-se, como viram não foi pouca coisa! Hoje o projeto se despede e em grande estilo, pois no sábado, 24 de março, mesmo em meio a batalha sangrenta protagonizada pelas forças de pacificação na madrugada de sexta para sábado, que não é o espaço aqui para relatarmos, pudemos promover o que ficou intitulado como: I Torneio de Futebol do Salgueiro – É Coisa Nossa!!! Estávamos pensando em desistir do evento em respeito às vítimas, mas um telefonema nos fez mudar de idéia e então subimos com os troféus, as bolas, as premiações, os quitutes e tudo o mais. Quem estava do outro lado da linha era nossa grande parceira e principal líder comunitária do morro, Denise Francisca, com quem tive o prazer de dividir momentos de dor sim, mas de alegrias e conquistas também. Assim ela me disse: - vem pra cá que o morro todo está esperando por vocês! Eles querem o futebol e já estão enchendo o campo! Assim, não pensamos duas vezes e subimos a rua envoltos na mesma atmosfera que sempre nos enredou desde que lá chegamos. E o evento, que ocorreu durante toda a manhã, se estendendo até o começo da tarde, foi um sucesso! Pudemos nos despedir em grande estilo, uma vez que o futebol no Salgueiro passou de um simples esporte e já atua como manifestação cultural e, assim, social, envolvendo de crianças a anciãos.
Por tudo isso, temos a certeza de que provocamos na mente e nos corações destas quase 500 pessoas envolvidas direta e indiretamente com o projeto o desejo de mais, de buscar novos horizontes, novos e alternativos caminhos para suas vidas, entendendo-se assim como sujeitos de direitos, ativos e atuantes na cidade onde moram, comprometidos, porque protagonistas, com seu universo social, valorizando sua própria cultura, a partir da apreensão de tantas outras. Proporcionar essa sinergia de culturas foi a válvula-mestra que sempre impulsionou todas as nossas atividades. Assim, não poderíamos nos despedir sem deixar de agradecer a todos aqueles que colaboraram com o projeto direta ou indiretamente, através de doações e voluntariado, não podemos deixar de fora algumas pessoas que se tornaram imprescindíveis para o pontapé inicial do Salgueiro para Hoje e Sempre, por isso, seria, no mínimo injusto, deixar de mencionar: Ricardo Bazileu – quem primeiro subiu o Salgueiro comigo, Leandro Sansão – aquele que deu uma face ao projeto doando seu talento para fazer nascer nossa logo, Mírian Carvalho – nossa “Relações publicas”, Denise Francisca - grande amiga Dedê do Sal, sempre presente, Thiago Coutinho - nosso professor de teatro e 1001 utilidades, Juriacema - nossa tranceira Cema, Amaral – nosso menino prodígio, Carla Ivantes e as Mulheres que Acontecem, Flávia Salazar – nossa Flavinha do SESC e tantos outros que se fôssemos relacionar neste espaço teríamos de ficar uns bons dias aqui redigindo, e por último, a razão de estarmos ali, um agradecimento especial a toda a Comunidade do Morro do Salgueiro que sempre nos acolheu da melhor forma desde que pela primeira vez lá pisamos.
Pretendemos continuar ativamente com o projeto, esperando que novos incentivos públicos, de diversos ministérios, âmbitos e modelos para a juventude se transformem em realidade, para que possamos, de fato, provocar nesses atores o desejo de saída de suas zonas de conforto e abstração para a entrada na formação de uma juventude crítica e participativa, inserida no processo de elaboração e execução na máquina política da sociedade em que vive.
Concluo por aqui, pensando ser impossível não lembrar do que sempre escutávamos deles: “Salgueiro: nem melhor, nem pior, apenas uma comunidade diferente...”

É isso aí...

Um forte abraço companheiros e um até breve!

Noelia Rodrigues


Segue um pequeno trecho de um artigo meu sobre juventudes por ocasião de um congresso internacional de juventudes:

Precisamos levantar um novo olhar para as juventudes, nos despindo, portanto, dos juízos pré-fabricados que nos eram até então sugeridos, para percebermos o quanto tem a oferecer ao mundo contemporâneo; precisamos dialogar com suas experiências; precisamos reconhecer no jovem um cidadão comprometido com a sociedade em que vive. Precisamos pensar, para tanto, em políticas públicas e iniciativas governamentais que resultem na desestabilização das diversas desigualdades e apontem para a equidade de acessos à cidade, aos bens culturais por esses jovens, cujo lugar social em que habitam, na maioria dos casos, é extremamente vulnerabilizado e segregado.
Expandir políticas públicas não significa universalizá-las, mas torná-las adequadas àqueles a quem elas se destinam. Pensar nas especificidades de um povo, que não podemos pensar no singular, como no caso brasileiro, principalmente, é rever e autenticar a pluralidade e hibridismo social em que vivemos, atentando sempre para nosso processo fundacional.
É na perspectiva de Estado ampliado de Gramsci (2000), que se deve pensar as políticas públicas, num eterno diálogo entre este, sociedade civil e coletivos presentes na sociedade. Promover a expansão, bem como o acesso ao universo cultural desses “sujeitos de direitos” influenciando em suas trajetórias, ampliando seu campo de possibilidades, o que implica serem reconhecidos como jovens na sua diversidade, um momento privilegiado de construção de identidades, de projetos de vida, de experimentação e aprendizagem da autonomia (DAYRELL, 2007) faz com que diversos setores sejam beneficiados, principalmente no que diz respeito ao desenvolvimento da nação, pois uma juventude escolarizada e consciente de seus direitos e deveres, torna o país próspero e, certamente, mais humano no stricto sensu, para tanto devendo ser pensada no tempo presente.

terça-feira, 13 de março de 2012

I Torneio de futebol do Salgueiro - É coisa nossa!!!

O  futebol é  uma das principais manifestações culturais da Comunidade do Salgueiro. Assim, para celebrar, o Projeto Salgueiro para Hoje e Sempre realiza o I Torneio de futebol do Salgueiro - É coisa nossa!!! O Torneiro acontecerá no dia 24 de março, a partir das 8h, na quadra do campo; com entrada franca

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

É de graça - A exposição 'Totoma! - Imagens do funk carioca'

Fonte: www.sescrio.org.br

Se liga - ENCONTRO COM CHARME e COISAS DA ÁFRICA

Ciceroneado pela equipe de DJs do Morro do Salgueiro, o Encontro pretende lembrar novos e antigos clássicos do Charme e contará com a presença de DJs de renome do que já foi uma febre nas periferias cariocas e, desde os anos 80, anima as noites de sábado do Viaduto de Madureira e tantos outros espaços virtuais ou não que congregam a negritude carioca. Durante o evento o grupo das Mulheres que Acontecem, do morro do Salgueiro, em parceria com o projeto Salgueiro para hoje e sempre desfilam, ao ritmo do Charme, a coleção Coisas da África. Casa Rosa (Sesc Tijuca). 23/9, 19h, Grátis. Classificação: 13 anos.

Realização: Sesc Tijuca - Rua Barão de Mesquita, n.539, Telefone: 3238-2076.

Fonte: http://tijucultural.blogspot.com/
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...